Assembleia Geral da ONU debate situação na Ucrânia

Mais de 80 países-membros da ONU estão assumindo a tribuna da Assembleia Geral nesta quarta-feira para debater a crise na Ucrânia. 

O encontro, que ocorre todos os anos, trata do item 67 da agenda do órgão sobre os territórios ocupados do país, mas desta vez, a reunião ganhou novos contornos após a decisão da Rússia, na segunda-feira, de despachar tropas para a Ucrânia e reconhecer duas regiões separatistas no país, Donetsk e Luhansk, como “Estados independentes”. 

Momento de perigo 

O presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, afirmou que é preciso respeitar a Carta da ONU que busca resolver todos os conflitos por meios pacíficos. Ele pediu que esses recursos sejam empregados para resolver a situação através do diálogo. 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi o segundo a falar. Para ele, o mundo está vivendo um momento de perigo, que ele esperava não acontecer.  

Segundo Guterres, os últimos desdobramentos da crise na Ucrânia são motivo de grave preocupação. 

O secretário-geral reafirmou que a decisão da Federação Russa de reconhecer a “chamada independência” das regiões de Donetsk e Luhansk e o que tem ocorrido depois são violações da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e são inconsistentes com os princípios da Carta das Nações Unidas.  

O chefe da ONU disse declarações e ações que só agravem a situação na direção do abismo não podem ter qualquer espaço. Ela afirmou que o momento é de moderação, razão e fim da escalada para que um cessar-fogo possa ocorrer assim como o retorno ao diálogo e às negociações para salvar a Ucrânia e outros do flagelo de uma guerra. 

 António Guterres reafirmou o apoio da ONU ao povo da Ucrânia. Ele lembrou que A Missão de Monitoramento de Direitos humanos tem sete escritórios no país em ambos os lados da chamada linha de contato.  

Ali estão sendo documentados casos de violência, liberdade de movimento e relatos de alegações de violações dos direitos humanos. Mesmo antes da escalada da violência, nessa segunda-feira, cerca de 2 milhões de ucranianos já precisavam de ajuda humanitária. 

Representantes da Ucrânia e da Rússia participaram 

Foto: © UNICEF/Ashley Gilbertson
Escola abandonada após ataque em Donetsk, Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu às Nações Unidas ações concretas e resolutas para acabar com a ameaça que segundo ele não é somente contra a Ucrânia, mas contra toda a comunidade internacional. 

O chanceler ucraniano alertou sobre a ação russa dizendo que as consequências seriam sentidas por outros governos e povos. Ele disse que o presidente da Rússia Vladimir Putin não vai parar por si só. 

O chanceler afirmou que existe uma janela de oportunidade para defender a Carta da ONU. 

O embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, começou fazendo um esclarecimento sobre a razão da reunião afirmando que o título deveria refletir a realidade no terreno. Ele falou em russo e o discurso contou com uma intérprete em inglês. 

 O embaixador Nebenzya afirmou que não se trata de “territórios temporariamente ocupados” como descreveu a Assembleia Geral, mas sim territórios perdidos por causa do que ele chamou de políticas de ódio e do golpe ocorrido em 2014. O embaixador russo disse que a Ucrânia realizou várias agressões e sofreu o resultado de seus vários anos de sabotagem e desrespeito por acordos, com os quais a Rússia estaria “consistentemente comprometida”. 

O encontro na Assembleia Geral sobre os territórios ocupados na Ucrânia deve terminar na tarde desta quarta-feira após ouvir os 84 oradores. 

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