Lula faz discurso duro contra Bolsonaro. “Ignorância gera “um Bolsonaro, não um estadista” e afirma o PSDB acabou

Durante evento de lançamento do livro “Querido Lula: Cartas a um Presidente na Prisão”, no teatro Tuca, da PUC (Pontifícia Universidade Católica), na noite desta terça-feira (31.06.22), em São Paulo, o ex-presidente Lula (PT) fez um dos discursos mais duros contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) desde o início de sua pré-campanha ao Palácio do Planalto. Durante o seu discurso disse que investir em educação é uma necessidade, porque a educação não gera estadistas, mas a ignorância gera “um Bolsonaro”.

“Colocar jovens para estudar não é uma opção. É uma necessidade. Nenhum país se desenvolveu sem educação. A ignorância não gera estadistas, gera um Bolsonaro”, pontuou.

O petista também ironizou as declarações de Bolsonaro sobre as eleições. “Não adianta o Bolsonaro dizer que vai dar golpe, que ‘Só Deus me tira daqui”. Como eu acredito que a voz do povo é a voz de Deus, a voz do povo vai tirar ele de lá”, afirmou.

“Estamos lutando contra gente muito ruim, contra os matadores da Marielle, os milicianos, as pessoas que não têm medo de matar inocente, de fazer com o Genival o que a Polícia Rodoviária fez em Sergipe”, afirmou o ex-presidente.

Lula falou sobre a economia, política externa e sobre o PSDB. “Vocês estão lembrados que uma vez um senador do PFL, o Jorge Bornhausen, que disse que era preciso acabar com ‘essa desgraça do PT’. O PFL acabou. Agora quem acabou foi o PSDB, e o PT continua forte.”

“Querido Lula”

O lançamento de livro “Querido Lula” foi organizado pela editora Boitempo e pela PUC, o livro reúne 46 das 25 mil cartas recebidas pelo Instituto Lula ao longo dos 580 dias de prisão de Lula na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Cerca de 40 pessoas ocuparam o palco, entre artistas políticos e ativistas, que leram as mensagens para um auditório lotado. Entre artistas, leram os relatos as atrizes Camila Pitanga, Denise Fraga e Cléo Pires. As cantoras Zélia Duncan, que também cantou “Juízo Final”, de Nelson Cavaquinho, Tulipa Ruiz, a ativista Preta Ferreira, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Fernando Haddad (PT) e Janja, esposa o ex-presidente, que leu duas cartas que escreveu enquanto os dois ainda namoravam.

“Toda vez que eu recebi uma carta na prisão era uma injeção de ânimo, significava que meu sacrifício era válido. Essas cartas me davam certeza de que eu estava do lado certo da história e que o que eu dizia era verdade”.

“Nunca imaginei que eu fosse chegar na Polícia Federal e encontrar centenas de pessoas na porta me aguardando. Nunca conheci um povo tão resiliente. Pessoas gritando, por 580 dias, bom dia, boa tarde, boa noite para um preso. Não acreditava que pudesse ser verdade”.

“Me prenderam achando que a gente ia ficar mais fraco e a verdade é que vocês fizeram eu sair da cadeia muito mais forte do que eu entrei. Eles achavam que iam nos tirar, que iam banir o PT”, disse Lula.

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