SEXTOU: “Cabaré do Brega” recebe Pinduca em Belém. “Isso é Carimbó!”, postou Ximbinha  – Veja o vídeo

O guitarrista paraense Ximbinha recebeu no “Cabaré do Brega”, nesta sexta-feira (29.04.22), em Belém (PA), o cantor Pinduca, o Rei do Carimbó.

“Isso é Cabaré do Brega! Isso é Cabrimbó!! Isso é Paráaaa!”, postou o guitarrista.

Níveis dos rios Amazonas, Tapajós e Trombetas atingem cota de alerta no Pará

Os níveis dos rios Amazonas e Tapajós já atingiram a cota de alerta nos municípios de Santarém e Óbidos, na região Oeste do Pará, desde segunda-feira (28/03).O nível do Rio Amazonas é influenciado pelo degelo da Cordilheira dos Andes, no Peru, onde fica a sua nascente.

As fortes chuvas que caem na sua cabeceira, na divisa do Pará com Mato Grosso, provoca uma subida do nível das águas do Rio Tapajós nesta época do ano. Preocupa também a situação da enchente do Rio Jurubatuba, em Monte Alegre; Rio Surubiú, em Alenquer; e Rio Trombetas, em Oriximiná.

Em Santarém, o nível do Rio Tapajós chegou a 7,10 metros, atingindo a cota de transbordo. Nesta terça-feira (29), a régua da Agência Nacional de Águas (ANA) mede 7,16 m. Em Óbidos, o nível do Rio Amazonas ultrapassou em 8 cm a cota de alerta, que é de 7,20 m.

Apesar da situação de alerta, este ano o nível do Rio Amazonas está 30 cm abaixo da maior cheia histórica do Baixo Amazonas, ocorrida em 2009. O avanço das águas já prejudicou alguns pontos da cidade de Óbidos, e as chuvas também têm causado inúmeros transtornos à população. Em fevereiro deste ano, o governo federal reconheceu a situação de emergência por causa das chuvas intensas em Óbidos e Santarém.

Com informações da Agência Brasil

Segunda noite de Carnaboi reune 9 mil pessoas em 10 shows no Sambódromo de Manaus

Esquenta para o Festival Folclórico de Parintins, o Carnaboi 2022 voltou a reunir, em sua segunda noite de festa (26/03), mais de 9 mil pessoas, no Centro de Convenções Professor Gilberto Mestrinho (Sambódromo), zona centro-oeste de Manaus (AM). O evento é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado Cultura e Economia Criativa, e contou com aproximadamente 10h de apresentações, divididas entre artistas do Caprichoso, Garantido e dos bumbás manauaras Corre Campo, Garanhão e Brilhante.

Secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Cândido Jeremias destacou a felicidade que é retornar com o evento na capital. “É uma alegria muito grande que, depois de dois anos, em virtude da pandemia, estamos retornando com todo gás. A população estava sentindo falta de tudo isso e os artistas também. A geração de emprego e renda é muito importante, são mais de 200 artistas atingidos diretamente, fora os trabalhos informais, como os vendedores ambulantes”, pontuou o secretário executivo.

De acordo com Candido, ainda, o Carnaboi é apenas o início de uma série de eventos oficiais que devem anteceder Parintins. “Dia 2 de abril, aqui no Sambódromo, a gente vai iniciar os ensaios dos bumbás, com os dois bois, a partir das 20h. E todo sábado devemos intercalar, nos finais de semana, até o dia 18 de junho”, revelou.

Os shows iniciaram por volta das 19h e seguiram até a madrugada de domingo (27/03). Tony Medeiros, Edilson Santana, Márcia Novo, Israel Paulain, Sebastião Júnior, Carlinhos do Boi, Carlos Batata, Júnior Paulain e Arlindo Neto foram alguns dos artistas que fizeram com que o público matasse um pouco a saudade da Ilha Tupinambarana, que, em junho deste ano, volta a realizar o seu tradicional festival.

Família – Após dois anos de suspensão do Carnaboi, em virtude da pandemia, diversas famílias de Manaus aproveitaram a festa de sábado para voltar a “brincar de boi”. O motorista Elkins Araújo, de 48 anos, por exemplo, levou a esposa Regina e o sogro Edilson para o Sambódromo.

Torcedor do bumbá Garantido, ele elogiou a estrutura do Carnaboi 2022. “Dois anos sem o boi, agora está muito legal, muito divertido”, disse Elkins. Sua esposa, Regina, concordou: “Estou achando maravilhoso, estava com saudades. Hoje eu vim para trazer meu pai, que estava querendo ver e eu vim para satisfazer o desejo dele”.

Já Altercley Sampaio, 41, foi ao evento acompanhado dos filhos, sobrinhos, irmã e cunhado. Torcedor do Caprichoso, ele torce para que o bumbá azul e preto saia vitorioso do Festival Folclórico de Parintins.

“Após dois anos, é um momento ímpar para toda a sociedade amazonense. Eu, por exemplo, vim com toda a minha família prestigiar o evento. Está de parabéns toda essa galera, está de parabéns o Governo do Estado, que está nos proporcionando esse belíssimo evento. Eu como Caprichoso, a torcida é clara, vamos vencer mais essa”, finalizou Altercley.

Apoio – O Carnaboi 2022 contou com o efetivo da Polícia Militar para garantir a segurança do público, além de guarnição do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) e profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU).

Transmissão – O evento foi transmitido, ao vivo, pela TV Encontro das Águas, redes sociais do @governo_do_amazonas, @culturadoam e Portal BNC (bncamazonas.com.br). As transmissões contaram com audiodescrição e libras na TV e nas redes sociais do Governo do Amazonas e da Cultura.

FOTOS: Tácio Melo/Secom

Dia Mundial da Água: ato lembra importância da ação coletiva no resgate dos cursos d’água de Manaus

Em três décadas, um dos principais cursos d’água que corta a cidade de Manaus, o igarapé do Gigante passou a ser reconhecido não mais pela água cristalina, mas pelo odor que exala. Lixo, esgoto e até mesmo a presença de tilápia, espécie exótica de peixe que interfere no equilíbrio da biodiversidade amazônica por não ser natural da região, foram lembrados como agressões à água na manhã deste domingo, 20/03, durante ato simbólico pelo Dia Mundial da Água, promovido pelo coletivo Fórum das Águas, na Av. Ulisses Tapajós, às margens do Igarapé do Gigante.  

Moradores do conjunto Jardim Versalles, bairro Planalto, Zona Oeste de Manaus, relataram como era a relação da comunidade com o curso d’água.  

“Às vezes, faltava água da Cosama e, nós moradores pegávamos, e eu era uma que usava aquela água limpa para lavar louça, limpar a casa e até fazer um café. Meus filhos de 35 e 38 anos nadavam aí. Ele era muito lindo, não tinha essa poluição que hoje vemos”, afirma Marilene Maia, que chegou ao bairro em 1990.

Moradora há 32 anos do local, ela costuma promover a limpeza da área anualmente e defende a importância da ação coletiva de conservação em parceria com o poder público.

“Se aqui fosse feito uma praça, dificilmente as pessoas jogariam lixo”, afirma Vanderlice Maria Gonçalves, 61 anos, outra moradora do conjunto. Ela compara o rio com estradas e afirma que o Igarapé tem suas próprias vicinais, onde se formam olhos d’água, que foram destruídos com aterro ao longo do tempo.

“Todos os dias nascia um igarapé nesses locais; é como um igapó. Eu me sentia em casa quando vim morar aqui, em 1990, pois nasci no interior. Essas águas desaguavam no igarapé do Gigante, ele era muito bonito. A partir do momento em que se formaram os conjuntos, ele acabou, mas ainda conserva sua nascente. Infelizmente, tende a se acabar, já que tem uma expansão das casas para esse lado. É muito difícil um pequeno grupo brigar com grandes grupos”, completa Vanderlice Gonçalves.  

Uma encenação do grupo de teatro de rua Allegriah mostrou a diferença de relação com a água entre os que vivem na cidade e os povos nativos, que a consideram um ser vivo que necessita de cuidados.

“É muito significativo o dia de hoje: estamos saindo de uma pandemia e ainda estamos lutando por um bem que é comum, que é um direito humano, e do qual todos dependemos. A vida depende da água. Quando falta água na torneira de muitas famílias, vemos que não há garantir deste direito a todos”, explica Paulo Tadeu Barausse, coordenador do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), uma das entidades que integram o coletivo Fórum das Águas.

Em ato simbólico houve plantio de mudas nas margens do Igarapé do Gigante, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas).

“Hoje podemos ver cardumes inteiros dessa espécie que não é nativa e que sabemos que causa grandes prejuízos ao bioma local. É um desafio muito grande que temos pela frente. Estamos propondo discutirmos o Plano Municipal de Saneamento Básico durante a gestão e monitoramento das águas em parceria com as universidades. Aqui, nos comprometemos a estabelecer um cronograma de atividade permanente com a missão de recuperar  o Gigante”, afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Stroski.

Os participantes cobraram ainda a fiscalização do poder público quanto ao serviço prestado pela concessionária Águas de Manaus a respeito da qualidade da água, do tratamento de esgoto e da taxação de 100% do valor da água para o esgotamento sanitário da cidade que é incipiente.

“São 20 anos de serviço privatizado na cidade de Manaus com um índice de apenas 20% de esgoto coletado na cidade. Está claro que esse modelo não funciona. Além disso, a concessionária afirma que atender 98% da população com água tratada, mas sabemos da realidade de bairros e comunidades que não têm acesso a isso. Manaus tem 53% de moradias consideradas irregulares, de palafitas e invasões e onde, claramente, esse serviço não chega”, afirmou o cientista social e pesquisador, Sandoval Rocha, jesuíta membro do Sares.

O ato iniciou com uma caminhada que saiu da Igreja Mãe de Deus e da Amazônia, no Conjunto Jardim de Versalles, mesmo bairro, onde aconteceu uma celebração pelo Dia Mundial da Água, às 8h, junto à comunidade.

Sobre o igarapé

Em 2022, o Igarapé do Gigante foi escolhido pelo coletivo Fórum das Águas Igarapé para representar a resistência e a importância da conservação dos cursos d’água em Manaus em alusão ao Dia Mundial da Água.

O igarapé tem sete quilômetros de extensão ao longo dos quais cruza vários bairros e comunidades da Zona Oeste de Manaus, recebendo dejetos e efluentes sem tratamento na maior parte dos seus sete quilômetros de extensão. Redenção, Planalto, Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra são os locais por onde o riacho passa até desaguar no rio Tarumã-Açú, tributário do Rio Negro.

Dia Mundial

Em sintonia com essa data, o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES) promove a live “Água, Fonte de Vida” no Dia Mundial da Água, terça-feira, 22.03, às 10h, com o objetivo de refletir sobre os diversos aspectos e problemáticas que envolvem esse elemento essencial à vida.

Participam do evento online os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Erivaldo Cavalcanti, Dr. em Desenvolvimento Sustentável e Meste em Ciência Política e Ivânia Vieira, Dra. Em Processos Socioculturais na Amazônia; além dos doutorandos Nelson Felipe, em Meio Ambinete, e Solange Dmasceno, em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia.  A transmissão será feita pelo facebook do Sares: https://www.facebook.com/SaresSJ.

Sobre a data

Instituído Organização das Nações Unidas (ONU) em 21 de fevereiro de 1993, o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, foi criado para alertar a população mundial acerca da importância da preservação hídrica para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta.

De acordo com a ONU, a água potável é um direito humano garantido por lei desde 2010. Mesmo o planeta Terra sendo constituído por aproximadamente 70% de água, apenas 0,7% de toda a água do mundo é potável. É considerada água potável a que é adequada para o consumo humano.

Sobre o Fórum

O Fórum das Águas tem como princípio ser espaço público, amplo e democrático, aberto ao debate de ideias e experiências, articulador de ações eficazes junto aos movimentos da sociedade civil, lideranças comunitárias, educadores ambientais e demais entidades com a proposta de incidir na construção de políticas sobre a água na cidade de Manaus. Reúne-se mensalmente às segundas-feiras, na terceira semana do mês.

Integram o Fórum das Águas: Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES); Movimento Salve o Mindu, da Universidade do Estado do Amazonas – UEA; Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Tarumã-Açu (CBHTA); Instituto Sumaúma; Escola Municipal Francisca Nunes; Movimento Cultufuturista da Amazônia; Levante Popular da Juventude; Engajamundo; Rede um grito pela vida; Conselho de Leigos e Leigas da Arquidiocese de Manaus; Comunidade Eclesial de Base (CEBs) regional Norte 1; Movimento Socioambiental SOS Encontro das Águas; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM); Amigos Sementes da Natureza do Puraquequara; Parque Municipal Nascente do Mindu; Pastoral da Criança da Arquidiocese de Manaus; Equipe Itinerante; Movimento de Mulheres Negras da Floresta – Dandara; Fórum Permanente das Mulheres de Manaus. 

PARÁ: Cheia do Rio Tocantins já afetou mais de 3,4 mil famílias em Marabá

Classificado pela prefeitura de Marabá como “um dos maiores desastres naturais [local] dos últimos dez anos”, a cheia dos rios Tocantins e Itacaiúnas já afetou ao menos 3.410 famílias residentes na cidade, localizada no sudeste do Pará.

            O transbordamento transformou em cursos d´água algumas ruas da quarta cidade mais populosa do estado, carregando consigo muita lama e dejetos. Em determinados pontos da cidade, a água atingiu cerca de 2 metros de altura, deixando à vista apenas o telhado das casas e destruindo o patrimônio de muitos marabaenses. Houve quem só conseguiu deixar sua casa em segurança com a ajuda de barcos.

            Só em Marabá, ao menos 1.830 famílias ameaçadas pelo contínuo aumento do volume de água já tinham deixado seus lares e se abrigado na casa de parentes, amigos ou vizinhos até a noite dessa segunda-feira (17). Outras 680 famílias tiveram que, em algum momento, ser acolhidas em abrigos improvisados.

            Segundo o Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico da secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o nível do Rio Tocantins atingiu, esta manhã, a marca de 13,04 metros – sete metros além do habitual e 16 centímetros acima dos 12,88 metros registrados há apenas dois dias.

            Embora o nível do rio continue subindo, algumas pessoas têm contrariado as recomendações das autoridades públicas e, temendo que seus pertences sejam furtados, insistem em permanecer em suas casas, em áreas de risco por onde a água já avança.

            Segundo a prefeitura, os desabrigados estão sendo levados para abrigos públicos onde recebem alimentação, água potável, material de higiene pessoal, assistência médica – incluindo vacinas contra a covid-19 – e apoio psicossocial. Quase todos os itens de primeira necessidade foram fornecidos pelo governo estadual, que está cadastrando as famílias de Marabá atingidas pelas enchentes para repassar, a cada uma delas, um auxílio emergencial equivalente a um salário mínimo (R$ 1.212,00), liberado em uma única parcela.

Hidrelétricas

            Além de Marabá, outras sete cidades paraenses atingidas por chuvas intensas já tinham decretado situação de emergência até esta segunda-feira. São elas: Aveiro, Bom Jesus do Tocantins, Itupiranga, Pau D’Arco, Rurópolis, São João do Araguaia e Trairão.

            Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a atual cheia na Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins é a maior dos últimos 20 anos, devido ao grande volume de chuvas. Só nos primeiros 15 dias deste ano, a precipitação pluviométrica sobre o estado já superava 80% de volume esperado para todo o mês. E a previsão do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) é que continue chovendo por pelo menos mais duas semanas – ainda que não tão intensamente , mas o suficiente para manter as vazões dos rios acima do habitual.

            Ontem (17), representantes dos órgãos que integram a chamada Sala de Crise criada para monitorar a situação na Bacia do Rio Tocantins destacaram que também as vazões na Usina Hidrelétrica de Estreito, na cidade de mesmo nome, no Maranhão, são as mais elevadas dos últimos 20 anos, forçando a concessionária Engie a operar de forma a controlar a cheia do reservatório de forma a proteger as cidades próximas, entre elas, Imperatriz (MA). E na Usina Hidrelétrica de Tucurí (PA), o volume d´água acumulado já ultrapassa os 96% da capacidade útil do reservatório.

            “Considerando toda a bacia, a operação do conjunto de reservatórios tem sido importante para controle das defluências, amenizando as vazões na calha do rio em toda sua extensão e atenuando situações que poderiam ser mais graves”, informou a ANA, em nota. “A perspectiva para a próxima semana, especificamente para Estreito, é de recessão de vazões, com operação que permita manter volumes de segurança vazios para o amortecimento de futuras ondas de cheia”, acrescentou a agência.

Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil